quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Montagem de Som Automotivo

Para falar na montagem do som para seu carro, primeiro precisamos saber que tipo de som você pretende obter, e assim saber a categoria que vamos utilizar. Vamos as elas:

Alta Fidelidade (Hi-Fi)

Também conhecido como SQ, ou Sound Quality. O objetivo único é a reprodução da música em alta fidelidade no interior do veículo. O sistema deve ser capaz de reproduzir a música com o máximo de dinâmica, detalhamento e linearidade, assim como o palco sonoro da gravação. Esse é o tipo de som ideal para quem não quer chamar a atenção, mas não abre mão da qualidade de som, necessita um pouco mais de investimento em relação ao kit original do veiculo, mas vale a pena. Porém dependendo da fidelidade que se busca, pode ser bem caro.

SPL (Sound Pressure Level)

Sistemas voltados a SPL tem a ênfase dada nas freqüências graves do espectro audível (<100Hz). O objetivo é maximizar a pressão sonora dos alto-falantes, seja usando múltiplos subwoofers e/ou calculando caixas acústicas com reforço de freqüência. Uma sub-categoria também conhecida por SQPL tenta aliar SPL e alta fidelidade. Esse é o tipo de som pra chamar a atenção, aquele pra quem gosta de muita batida.

Trio elétrico

Esta categoria está voltada para a reprodução da música em volumes altos e para fora do veículo. Estes sistemas são usados para animar festas e seu objetivo é propagar o som o mais longe possível. Quando não bem projetado, o som resultante é distorcido e não linear. Apesar disso, é possível a construção de trios elétricos de qualidade, com reproduração sonora linear e sem distorções ou excessos.

Agora que sabemos o que queremos, vamos aos equipamentos que você vai precisar para montar o seu som.

Unidade principal

Responsável pela fonte do áudio. Podem ser CD-players, DVD-players, toca-fitas e/ou sintonizadores AM/FM. Possuem saídas amplificadas para alimentar alto-falantes diretamente, e podem ter saídas pré-amplificadas com um sinal de áudio de melhor qualidade para serem ligadas a um amplificador externo, usado para alimentar os alto-falantes do sistema. As saídas amplificadas, muitas vezes divulgadas como 4x52W, na verdade estão usando o conceito de Watts PMPO e normalmente fornecem em torno de 4x20W RMS, sendo então saídas pouco potentes, porém suficientes para um kit de alto-falantes originais. O uso das saídas pré-amplificadas permite que amplificadores externos forneçam mais potência.
Unidades principais mais sofisticadas oferecem recursos como equalização (paramétrica ou gráfica), controle independente de subwoofer, cortes passa-alta (HPF) e passa-baixa (LPF) reguláveis, dentre outros. Algumas chegam até a oferecer o recurso de alinhamento de tempo (time alignment ou TA), que consiste em atrasar a fase do sinal de um dos canais para que se regule o centro do palco sonoro. Outros recursos que muitas unidades têm apresentado ultimamente são displays de cristal líquido com animações, e a possibilidade de reprodução de arquivos compactados nos formatos MP3, WMA, AAC, dentre outros. A escolha do seu player fará toda a diferença na qualidade do som que você vai obter, os aparelhos mais baratos em geral não são recomendados para quem busca uma maior fidelidade, agora se você quer as famosas caixas de abelha para não ficar em silêncio no carro, ai tudo bem.

Alto-falantes

São comumente divididos em tweeters, mid-ranges e woofers, em que cada tipo é responsável pela reprodução de uma determinada faixa de freqüência, Graves, Médios e Agudos. Eles são vendidos agrupados ou separados, sendo o número de componentes as chamadas vias do alto-falante. Alto-falantes multivias, como um coaxial por exemplo, possuem um médio e um tweeter, enquanto um triaxial possui um médio e dois tweeters. Os kits componentes incluem divisores de freqüência (ou crossover em inglês), que como o próprio nome diz, divide o sinal de áudio, enviando os agudos para o tweeter e os médios para o alto-falante médio. Devido a isso, os kits componentes são mais indicados para projetos que visam a qualidade do som. Não sendo por menos a escolha do alto falante, seja ele os famosos 6x9 ou woofers ou subs, determinam a qualidade que você vai ter em reprodução de som, todo o componente faz a diferença.

Amplificadores

São equipamentos eletrônicos que recebem o sinal enviado pela unidade principal, o amplificam e o usam para alimentar os alto-falantes, usando a bateria do veículo como fonte de energia. Existem dois tipos principais de amplificadores: os chamados "mosfet" que amplificam o sinal enviado pelas saídas RCA da unidade principal, e os chamados "booster", que amplificam o sinal enviado pelas saídas amplificadas da unidade principal.
Os "mosfet" geralmente tem melhor qualidade de áudio, contando tipicamente com centenas de componentes, porém os "booster" ainda são muito usados, principalmente no mercado brasileiro, devido ao seu baixo custo. Os preços e potências nominais variam muito, podendo ser encontrados amplificadores de 20 até 20000 Watts RMS.
Amplificadores "mosfet" geralmente são amplificadores com fontes de alimentação do tipo PWM, e pertencem quase sempre à classe AB. No entanto, amplificadores para grandes potências, geralmente utilizados para a reprodução dos sons graves e subgraves, costumam pertencer à classe D, devido ao seu maior rendimento, e por consequência produzem menos calor e exigem uma instalação elétrica de menor porte do que o equivalente em classe AB.
Alguns amplificadores mais sofisticados oferecem o recurso de indicação de clipping do sinal e até circuitos anti-clipping. Clipping é o ceifamento do sinal por excesso de ganho, e essa distorção em volumes altos é a principal causa de queima de alto-falantes. Na escolha do amplificador você tem que casar com a escolha do alto falante, já que colocando impendancias diferentes ou potencias exageradas, você causará a queima do alto falante, ou em caso de amplificador fraco, você perde o rendimento do alto falante, hoje para quem quer gastar pouco e fazer um barulho as lojas estão "inventando" kits que já vem com Amplicador, Subwoofer, Caixa, Tweeter, Corneta, tudo com capacitores e organizados para trabalhar sem problemas e sem preocupações se está dando certo o casamento ou não.

Cabos

Os cabos para som automotivo são divididos basicamente em três tipos: alta corrente, alta tensão e baixa tensão.
Os cabos de alta corrente são os responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica ao amplificador, e devem ser dimensionados levando-se em conta a potência nominal do amplificador e seu fator de eficiência. Quanto mais eficiente for um amplificador, menor poderá ser a bitola do cabo para uma mesma distância. O contrário também é verdadeiro: quanto menos eficiente for um amplificador, maior deverá ser a bitola do cabo para uma mesma distância.
Os cabos se baixa tensão (ou alta impedância) são responsáveis por transmitir o sinal do circuito pré-amplificador da unidade principal para o amplificador. Geralmente são usados conectores RCA e cabos coaxiais, com seu núcleo constituído de um monofilamento de cobre e seu exterior por camadas alternadas de polímeros e blindagens eletromagnéticas. Devido a característica de transmitir sinais com baixa tensão, este tipo de cabo é muito sujeito a interferências eletromagnéticas, ocasionadas principalmente pelo módulo de injeção/ignição eletrônica, alternador, motor de arranque, bomba de combustível e cabos de alta corrente. Recomenda-se, quando da sua instalação, passá-los pela parte central do veículo, evitando assim possíveis pontos de interferências que prejudicarão a reprodução do áudio. Existindo também os cabos chamados blindados, que reduzem o risco de interferencia, o que causa o xiado em caso de aceleração do veiculo.
Os cabos de alta tensão podem ter duas finalidades distintas: transmitir o sinal das saídas amplificadas da unidade principal aos alto-falantes ou "boosters", ou transmitir os sinais amplificados pelo amplificador aos alto-falantes. As principais características a serem observadas são: pureza do cobre utilizado; quantidade de filamentos (quanto maior a quantidade, maior a flexibilidade e a área da secção do cabo); material da cobertura plástica (recomenda-se utilizar cabos cujas capas sejam anti-chamas) e bitola. Este último item deve ser calculado levando-se em conta a potência aplicada ao alto-falante, a sua impedância e a sua distância em relação ao amplificador (externo ou interno à unidade principal).

Bom pessoal, isso é o básico que se precisa saber para começar a pensar num projeto para o som do seu carro, definido isso procure um profissional e debata quais as melhores opções para seu gosto.
Espero que tenham gostado e bom divertimento.

Nenhum comentário: